Estamos vivendo a 4ª Revolução Industrial. E, ao contrário do que muita gente pensa, esta pode ser uma grande oportunidade de desenvolvimento para nossa cidade. A 1ª Revolução Industrial aconteceu entre 1760 e 1840, com a máquina a vapor e a ferrovia. A 2ª, no final do século XIX, com o advento da eletricidade e da linha de montagem. A 3ª, na década de 1960, com a revolução digital e o computador. A 4ª, na virada do século e até hoje com a inteligência artificial, com a robótica, a internet das coisas, os veículos autônomos, a nanotecnologia, a biotecnologia e o armazenamento de energia.
A pergunta atual não é se vão haver mudanças drásticas nas nossas empresas, mas quando vão acontecer essas mudanças e se vou estar preparado para sobreviver.
Santa Maria vive, hoje, basicamente de prestação de serviços e comércio. Precisamos aumentar este bolo para gerar mais trabalho e melhor remuneração. Precisamos expandir horizontes. Se fala muito, no presente, na tríplice hélice do desenvolvimento, que está baseada na integração das universidades, empresas e poder público. Que já evoluiu para uma quádrupla hélice com a introdução da sociedade e suas demandas.
Em Porto Alegre, em abril deste ano, PUC, UFRGS e Unisinos se uniram para colaborar com a cidade e formar um polo de empreendedorismo no Estado. Eles estão atrasados. A Adesm (Agência de Desenvolvimento de Santa Maria) vem já há algum tempo articulando junto às universidades locais, poder público e empresas, com foco nas demandas da sociedade e na implementação de um polo de desenvolvimento capaz de reter a grande produção de "cabeças pensantes" geradas pelas nossas universidades.
Criou um grande banco de dados sobre Santa Maria e envolveu 300 pessoas como colaboradoras para gerar um plano de desenvolvimento. Hoje, nós já temos uma incubadora tecnológica, Tecnoparque, no antigo Distrito Industrial, com capacidade para 50 empresas, sendo que já abriga 19 empresas e o polo de defesa com muito potencial para crescer. A UFN tem uma incubadora com mais 16 empresas trabalhando. A UFSM tem a Agitec com mais 17 empresas.
O início está dado. Precisamos é criar condições para que estes embriões se desenvolvam e gerem novas oportunidades com novas tecnologias. Nós já temos uma articulação forte no ecossistema de inovação e no empreendorismo. Mas precisamos trazer esta discussão para a sociedade de tal forma que possamos buscar financiadores capazes de gerar recursos para fazer crescer os investimentos. Boas ideias precisam de bons financiamentos para serem viabilizadas. E mudarmos a história de Santa Maria. Quem sabe o próximo Vale do Silício esteja nas nossas mãos.